sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Os guardiões

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


O “Mercado” financeiro global adquiriu tamanha força que é espetacularmente desproporcional ao conjunto das instituições que compõem o espectro das sociedades. Mais que isso, ele possui hoje a capacidade de capturar para os seus interesses concretos o próprio Estado nacional.

Essa realidade não se restringe às nações emergentes mas também aos aparelhos dos Estados nas sociedades mais desenvolvidas, aquelas que estão situadas acima da linha do Equador cuja referência marítima é o Atlântico Norte.

Mas é uma tremenda falácia a tese do desaparecimento do Estado-nação, uma formulação associada à ideia do “Fim da História”.

Tese de Francis Fukuyama, um obscuro acadêmico nipo-americano, que do dia para a noite, financiado pelo Departamento de Estado norte-americano, alcançou notoriedade porque suas falsas conclusões serviram como uma luva aos interesses expansionistas dos EUA, ao tempo que era a apologia que faltava à supremacia do Mercado global.

Com o fim da bipolarização geopolítica mundial deu-se extraordinária centralização, concentração do capital, especialmente o parasitário, tanto como a consolidação da hegemonia unipolar do Estado norte-americano como instância imperialista sem precedentes.

Daí é possível afirmar que não existe supremacia dos interesses do “Mercado” financeiro parasitário dissociado dos objetivos estratégicos dos Estados Unidos e um seleto grupo de Países aliados, mas em plano subalterno aos EUA.

Nessas décadas de interesses convergentes, imbrincados, formou-se um imenso exército de intelectuais e “especialistas” cuja função central tem sido criar “consensos” para respaldar essas duas “divindades” via grande mídia hegemônica, parte inseparável de uma “governança mundial”.

Com a realidade dos BRICS, o relativo declínio imperial dos EUA, a prolongada crise capitalista, o “consenso” imposto através das ideias, finanças e armas transformou-se em dissenso, conflitos entre a velha ordem e os novos protagonistas.

É o que explica a função da grande mídia hegemônica, que deixou de ser “imprensa”, mesmo tendenciosa e elitista, para se tonar guardiã da Velha Ordem Mundial substituindo até os setores de oposição no Brasil. Cabe ao povo brasileiro a lucidez da luta em defesa do País, da democracia, e o protagonismo de nação solidária no cenário mundial.

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