sexta-feira, 25 de março de 2011

Meio mundo de gente armada

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:

Ao desembarcar no aeroporto de Brasília nesta terça-feira passada, o motorista do táxi que me levou ao centro da cidade iniciou uma longa conversa cujo tema principal e único foi sobre a visita do presidente norte-americano Barack Obama à capital federal.

Em linguagem popular e sábia ele relatou os diversos transtornos que passou a capital federal durante a visita presidencial. Disse que presenciou a chegada da equipe de apoio e segurança de Obama ao aeroporto Juscelino Kubitschek.

Segundo ele “foram três imensos aviões carregados de materiais e desceram com vários veículos de todos os tipos e umas limusines, sendo que de um deles desembarcou meio mundo de gente armada que mais parecia que ia haver uma guerra em Brasília”.

Na realidade essa foi a imagem que os brasileiros presenciaram pela televisão, por onde ia o presidente Obama estava esse aparato bélico, além dos seguranças nacionais que garantiram a integridade física do presidente americano.

No Rio de Janeiro então os cuidados foram triplicados talvez pela tradição histórica de rebeldia e aguçada consciência crítica dos cariocas.

O fato é que reprimiram vários protestos contra a presença de Barack Obama no Rio, cancelaram o discurso que estava programado na Cinelândia, palco de grandes manifestações populares da História brasileira, pelas dificuldades de posicionar os atiradores de elite dos EUA nos prédios do centro da cidade.

Esse é o trivial da caravana presidencial americana, por onde ela passa é tomada de uma aguda sociopatia, uma síndrome de pânico incontrolável.

Mas o aval de Obama para a agressão armada imperialista dos Estados Unidos contra a Líbia, visando a pilhagem dos seus campos petrolíferos, foi dado em plena reunião em Brasília.

Obama se foi sem falar das medidas protecionistas contra os nossos produtos como o álcool combustível, os nossos cítricos, o lugar permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU etc. De concreto só o vivo interesse pelas nossas gigantescas reservas petrolíferas do Pré-sal além das confessadas ambições imperiais pela rica biomassa amazônica, também reserva mundial estratégica de energia, minérios raros e cobiçado espaço geopolítico mundial.

Assim todo o cuidado é pouco e será de premente atualidade reerguer as históricas bandeiras de lutas de que a Amazônia e o petróleo são nossos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sessão solene na Câmara Municipal de Maceió comemora o aniversário do PCdoB

Na próxima sexta-feira, 25 de março, às 16h, se realizará na Câmara Municipal de Maceió, por iniciativa do vereador Marcelo Malta, ato solene em homenagem aos 89 anos do Partido Comunista do Brasil – PCdoB, fundado em 25 de março de 1922.

Convidamos a todos os amigos a comparecerem à sessão solene, em que comemoraremos a trajetória deste que é o mais antigo partido político no País. Consideramos de grande importância o destaque desta data, principalmente neste contexto de reafirmação do caráter e da identidade do PCdoB no cenário nacional e em Alagoas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Questão ambiental está na encruzilhada moral, política, ideológica e comercial da vida contemporânea


Em seu parecer sobre o Código Florestal Brasileiro, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) argumenta que "as escolhas morais e ideológicas no debate contemporâneo sobre a natureza e o meio ambiente revelam, na verdade, os interesses concretos das nações ricas e desenvolvidas e de suas classes dominantes na apropriação dos bens naturais já escassos em seus domínios, mas ainda abundantes entre as nações subdesenvolvidas ou em processo de desenvolvimento".

Leia na íntegra a segunda parte da apresentação do relatório de Aldo Rebelo sobre o Código Florestal:

A natureza e os dilemas morais, políticos, ideológicos e comerciais

“E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.”
Gênesis

A questão ambiental surge como temática incontornável da encruzilhada moral, política, ideológica e comercial que marca a vida contemporânea. Epicuro, o filósofo materialista grego, iniciou o homem na libertação do medo e das superstições que afligem o espírito e estabeleceu as bases sobre as quais muitos séculos depois filósofos e cientistas como Galileu, Descartes, Bacon, Kant, Hegel, Marx e Engels e Darwin desenvolveram as modernas visões da natureza e das relações entre o homem e o meio ambiente.

A dimensão econômica dessas relações foi analisada pelos fundadores da economia política e, já na passagem para o século XX, novas contribuições deram origem aos conceitos que formaram o que hoje se denomina economia ambiental. Esse debate situou os campos em disputa: os que viam as relações entre o homem e a natureza a partir das necessidades de reprodução do capital, da manutenção da sociedade de classes e da divisão internacional do trabalho que lhe é subjacente, e os que, no sentido oposto, partiam da ideia de que os problemas ambientais derivam do sistema social e que as possíveis soluções devem ser buscadas na sua transformação.

Para o primeiro grupo, a natureza deve estar subordinada às exigências do mercado, dos privilégios de classe ou dos interesses nacionais dos Estados favorecidos pelo estágio atual da divisão internacional do trabalho. Para o segundo grupo, a crise ambiental não está separada dos interesses de classe, nem das ambições das nações ricas e de sua cobiça por matérias primas e fontes de energia.

O presente relatório pretende demonstrar que as escolhas morais e ideológicas no debate contemporâneo sobre a natureza e o meio ambiente revelam, na verdade, os interesses concretos das nações ricas e desenvolvidas e de suas classes dominantes na apropriação dos bens naturais já escassos em seus domínios, mas ainda abundantes entre as nações subdesenvolvidas ou em processo de desenvolvimento. Da mesma maneira, a polêmica confronta a agricultura subsidiada dos ricos vis-à-vis a agricultura cada vez mais competitiva de países como o Brasil.

É cada vez mais agressiva a corrente ambientalista que tende a responsabilizar moralmente o antropocentrismo como fonte primária e maligna dos desastres ambientais. Ao erigir o ser humano como o centro do universo, o antropocentrismo legitimaria toda a ação predatória contra a natureza. A tese carrega para o centro da polêmica até atores aparentemente alheios ao assunto: o Papa, em documento divulgado pouco antes da Conferência de Copenhague sobre o clima, reagiu duramente contra os adversários do antropocentrismo, afinal de contas, é a Bíblia o mais antigo e completo tratado de antropocentrismo, e Jesus, o Filho de Deus, não veio à terra em uma forma aleatória de vida, mas na figura de um homem.

A crítica ao antropocentrismo nivela os seres vivos em direitos e protagonismo, desconhece o homem como o único ser vivo dotado de consciência e inteligência, capaz de interagir com a natureza e de transformá-la. O trabalho do homem, concebido primeiro em seu cérebro, ajudou a transformá-lo e a transformar o meio natural.

A antropofobia descarta como irrelevante a situação de milhões de seres humanos em condições abjetas de existência material e espiritual. Milhões que não dispõem da segurança do pão de cada dia, das condições mínimas de higiene e saúde, do acesso à educação e à segurança individual e coletiva, do conforto da família e dos amigos, da proteção do Estado nacional ou da liberdade política e religiosa. Nada disso sensibiliza os adversários do antropocentrismo. Que os pobres deixem de nascer, deixem a natureza em paz, é o credo básico que professam.

O conteúdo ideológico do debate ambiental aparece em 1992 no livro A Terra em Balanço, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, apresentado como a teoria, a doutrina e o programa do movimento ambientalista internacional. Lá pelo capítulo 14, intitulado Um novo objetivo comum, o texto resvala para o jargão militar próprio dos tempos da Guerra Fria. O autor denuncia a “assombrosa violência e horríveis consequências” da investida contra a Terra. Prega uma “reação oportuna e apropriada”, e elogia os “bolsões isolados de guerreiros da resistência que enfrentaram diretamente essa força destruidora”. Enquanto Gore anunciava sua estratégia, o barco Rainbow Warriors - os guerreiros do arco-íris do Greenpeace - singrava os mares cumprindo a profecia.

Gore prossegue na comparação entre a batalha em defesa do meio ambiente e a luta do passado contra o comunismo, cita a “guerra filosófica que durou da época da revolução russa até a libertação”, e reafirma a semelhança do desafio do ambientalismo com “a longa luta entre democracia e comunismo”. Conclui o raciocínio com a conclamação de que as sociedades livres “podem vencer a batalha”.

Para efeito da semelhança histórica, o ex-vice-presidente norte-americano apresenta a ideia de um novo Plano Marshall Global, similar ao que foi conduzido logo após o conflito mundial para ajudar os governos europeus a enfrentar a pressão do movimento socialista e comunista.

A proposta é resumida por Gore em três grandes linhas:

• Alocar recursos para financiar programas de alfabetização funcionais e cuidadosamente orientados, adaptados a todas as sociedades em que a transição demográfica ainda deve ocorrer;

• Desenvolver programa eficazes para reduzir a mortalidade infantil e assegurar a sobrevivência e a saúde das crianças;

• Assegurar amplo acesso aos métodos de controle da natalidade, com instruções culturalmente adequadas.


Ao contrário do Plano Marshall original, voltado para combater a influência comunista na Europa a partir de uma perspectiva desenvolvimentista, que recuperasse a infraestrutura europeia destruída e que oferecesse condições para a retomada da atividade econômica em escala e intensidade, o plano de Gore é a condenação dos países pobres ao subdesenvolvimento, limitado nas medidas compensatórias e poupadoras do consumo de energia e recursos naturais que seriam destinados, naturalmente, a quem já alcançou o topo do desenvolvimento e do bem estar e chuta a escada dos que estão abaixo.

O ambientalismo funcionou como rota de fuga do conflito ideológico entre o capitalismo e o socialismo. Os desiludidos de ambas as ideologias vislumbraram no ambientalismo um espaço a partir do qual poderiam reorganizar suas crenças e seus projetos de vida e se juntar a tantos outros que por razões diferentes fizeram da bandeira verde um novo modo ou meio de vida. Ao ecologismo ideológico, juntou-se o profissional e empreendedorista. Consultorias concedidas por ONGs que contratam e são contratadas, recebem financiamento interno e externo, público e privado, funcionam dirigidas por executivos profissionais que já representam atividade nada desprezível no setor de serviços.

Finalmente, cabe reconhecer o ativismo ambientalista de grande parcela de militância generosa, que em todo o mundo, no passado e no presente, mobilizou suas energias contra os crimes ambientais cometidos pelo homem, no capitalismo principalmente, mas também no socialismo; nos países ricos, mas também nos países pobres. A esses, a homenagem, no poema belo e antecipador dos dilemas da atualidade, do grande poeta brasileiro e da humanidade, Antônio de Castro Alves:

A queimada

Meu nobre perdigueiro! vem comigo.
Vamos a sós, meu corajoso amigo,
Pelos ermos vagar!
Vamos lá dos gerais, que o vento açoita,
Dos verdes capinais n’agreste moita
A perdiz levantar!...

Mas não!... Pousa a cabeça em meus joelhos...
Aqui, meu cão!... Já de listrões vermelhos
O céu se iluminou.
Eis súbito da barra do ocidente,
Doudo, rubro, veloz, incandescente,
O incêncio que acordou!

A floresta rugindo as comas curva...
As asas foscas o gavião recurva,
Espantado a gritar.
O estampido estupendo das queimadas
Se enrola de quebradas em quebradas,
Galopando no ar.

E a chama lavra qual jibóia informe,
Que, no espaço vibrando a cauda enorme,
Ferra os dentes no chão...
Nas rubras roscas estortega as matas...,
Que espadanam o sangue das cascatas
Do roto coração!...

O incêndio – leão ruivo, ensanguentado,
A juba, a crina atira desgrenhado
Aos pampeiros dos céus!...
Travou-se o pugilato... e o cedro tomba...
Queimado..., retorcendo na hecatomba
Os braços para Deus.

A queimada! A queimada é uma fornalha!
A irara – pula; o cascavel – chocalha...
Raiva, espuma o tapir!
... E às vezes sobre o cume de um rochedo
A corça e o tigre – náufragos do medo –
Vão trêmulos se unir!

Então passa-se ali um drama augusto...
N’último ramo do pau-d’arco adusto
O jaguar se abrigou...
Mas rubro é o céu... Recresce o fogo em mares...
E após... tombam as selvas seculares...
E tudo se acabou!...

segunda-feira, 21 de março de 2011

PCdoB condena agressão militar imperialista contra a Líbia


O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), reunido neste sábado e domingo (19 e 20/03), aprovou resolução em que repudia a agressão militar promovida por países imperialistas sobre a Líbia, tendo como instrumento a Organização das Nações Unidas (ONU). Na nota, o PCdoB defende que a intervenção "não vai resolver o conflito interno, e só fará agravá-lo". Confira a íntegra da nota abaixo:

Uma coalizão de países liderada pelos Estados Unidos, pela França e pelo Reino Unido iniciou no dia 19 de março uma intervenção militar na Líbia, com bombardeios por mar e pelo ar, após esses países imporem no Conselho de Segurança da ONU uma resolução que tenta dar feição “multilateral” à ação agressiva contra a soberania da Líbia. O Brasil e mais quatro países, dentre os quinze membros do Conselho, não votaram a favor da resolução e optaram pela abstenção.

Mais uma vez países imperialistas instrumentalizam a ONU, que deveria ser a guardiã da paz em nível internacional, e abrem uma nova frente de guerra, além do Iraque e do Afeganistão.

Enquanto isso, já morreram dezenas de milhares no Iraque e no Afeganistão, onde os EUA e seus aliados continuam matando civis, inclusive crianças. E forças armadas e policiais da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos invadem o Bahrein para reprimir os protestos populares, assassinando e ferindo centenas de pessoas. Nos casos acima a ONU não aprovou resoluções em defesa dos direitos humanos e condenando os países agressores.

O Partido Comunista do Brasil condena com veemência a agressão militar imperialista contra a Líbia, que não vai resolver o conflito interno, e só fará agravá-lo. Na Líbia ocorre uma guerra civil, e para haver uma solução política e pacífica para o conflito, é preciso que se respeite a independência e a integridade territorial do país. O povo líbio é capaz de encontrar os caminhos para promover o desenvolvimento, a democracia e o progresso social de forma soberana e sem intervenção militar estrangeira.

A guerra contra a Líbia, assim como outras, é feita com o falso argumento da defesa dos direitos humanos dos civis líbios, mas na verdade atende aos objetivos neocoloniais de dominar o Oriente Médio e o Norte da África e suas riquezas, como o petróleo. A coalizão imperialista faz pesados bombardeios que atingem a infraestrutura da Líbia e toda a sua população, civil e militar.

Os comunistas brasileiros, ao lado das forças de esquerda, progressistas, e dos amantes da paz, dedicarão seus esforços para repudiar os ataques militares contra a Líbia e para defender a soberania nacional e a auto-determinação dos povos, e a paz mundial.

20 de março de 2011
Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

sexta-feira, 18 de março de 2011

A mídia da nova ordem

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


Os acontecimentos internacionais nestes últimos meses estão revelando à opinião pública mundial a verdadeira face de uma ordem mundial esgotada apesar da hegemonia do grande capital financeiro em escala planetária, sempre sob a gendarmeria do império do norte com as suas inúmeras frotas singrando os mares e centenas de bases militares em vários continentes.

Uma supremacia que se escora na referência do dólar ainda como moeda padrão global, porém cada vez mais contestada e que mais cedo ou tarde será substituída por uma cesta alternativa de outras moedas, fazendo valer novos valores de trocas e relações comerciais mais equilibradas e soberanas entre as nações do mundo.

Essa superioridade que ainda é exercida baseia-se também em outros suportes entre os quais se destacam principalmente as agências noticiosas americanas e inglesas que atuam em sintonia fina com as estratégias geopolíticas e militares dos Estados Unidos da América.

O fato é que nessa atual conjuntura global são tantos os revezes sofridos pelo status quo norte-americano, inglês, e outros aliados, que há uma confusão generalizada de informações em decorrência dos vários episódios que estão acontecendo simultaneamente em diversos cantos do mundo.

A mídia global que parecia senhora dos destinos, sentimentos e determinações ao mercado de consumo planetário, e igualmente dos brasileiros, demonstra que fica absolutamente atônita e sem rumo nos momentos de tempestades como este que estamos vivendo atualmente.

Acostumada a reprisar à exaustão tragédias pessoais, conflitos nacionais, catástrofes naturais e escândalos sociais sem elucidar a verdadeira essência dos fenômenos, como uma maneira de levar à imobilidade emocional o indivíduo e a sociedade, vê-se agora ela própria sem saber como cobrir cenários dramáticos que podem produzir alterações em escala mundial.

Os levantes populares que sacodem o mundo árabe nunca foram cobertos com uma aceitável explicação sobre o estava acontecendo, e continua a acontecer, porque estavam fora do script diplomático e militar previsto pelos EUA e agregados.

Os terremotos seguidos de tsunamis, desastres naturais que arrasaram parte do Japão, os subsequentes acidentes nucleares, chocaram a humanidade. As consequências serão trágicas aos japoneses e vão aprofundar intensamente a atual crise da economia mundial. Mas a grande mídia hegemônica, internacional e nacional, reluta, ou não quer ou não pode esclarecer a verdade à opinião pública.

Obama e o conservadorismo de bordel dos EUA

Em entrevista exclusiva à Carta Maior, a economista Maria da Conceição Tavares fala sobre a visita de Obama ao Brasil, a situação dos Estados Unidos e da economia mundial. Para ela, a convalescença internacional será longa e dolorosa. A razão principal é o congelamento do impasse econômico norte-americano, cujo pós-crise continua tutelado pelos interesses prevalecentes da alta finança em intercurso funcional com o moralismo republicano. ‘É um conservadorismo de bordel’, diz.

Sobre os índices recordes de fome e de preços de alimentos em pleno século XXI, ela afirma: “A economia mundial não está crescendo a ponto de justificar esses preços. Isso tem nome: o nome é especulação. Não se pode subestimar a capacidade da finança podre de engendrar desordem...

É o motor do conservadorismo americano atual. Semeou na América do Norte uma sociedade mais conservadora do que a própria Inglaterra, algo inimaginável para alguém da minha idade. É um conservadorismo de bordel, que não conserva coisa nenhuma. É isso a aliança entre o moralismo republicano e a farra da finança especulativa. Os EUA se tornaram um gigante de barro podre. De pé causam desastres; se tombar faz mais estrago ainda. Então a convalescença será longa, longa e longa”.

Para ler a entrevista completa, veja em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17556&boletim_id=860&componente_id=14058

quinta-feira, 17 de março de 2011

EUA tenta criar falso movimento popular e cultural para desestabilizar Cuba

Documentário parte da série “As Razões de Cuba” revela tentativa dos Estados Unidos para criar um centro cultural ao serviço de planos de desestabilização na Ilha.

Frank Carlos Vázquez, um artista plástico, relatou como foi contratado e recrutado por servidores públicos da CIA situados na Seção de Interesses dos Estados Unidos (SINA) em Havana com promessas de promover o projeto cultural de seus integrantes.

No documentário, o jornalista Jean Guy Allard explica como a CIA tem exercido seu papel de tentar criar a ilusão de um movimento popular que ganha apoio exterior e estabelecer um clima favorável a atos provocativos em respaldo a uma mudança para uma ação aberta na Ilha.

A denúncia incluída no filme ressalta que os agentes norte-americanos pretendiam comprar os favores dos artistas e intelectuais, lhes oferecendo exposições e promoções em diferentes galerias norte-americanas em troca de que estes artistas refletissem uma realidade discordante ou distorcida de Cuba.

A finalidade que tinham com este tipo de projeto era criar um estado de opinião, um fenômeno cultural fictício fabricado, no qual se pretendesse expressar ou expor ao mundo que os intelectuais cubanos estavam na contramão da Revolução e a favor das ideias do imperialismo.

Para ler mais veja em:
 http://www.prensalatina.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=271844&Itemid=1

terça-feira, 15 de março de 2011

Fao alerta para risco de nova crise alimentar mundial


O aumento nos preços globais de gêneros alimentícios básicos eleva o risco de que a crise alimentar de 2007-2008 em países em desenvolvimento se repita, afirmou nesta segunda-feira (14/03) o comandante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Um salto nos preços do petróleo e o rápido consumo dos estoques globais de cereais poderiam ser um prenúncio da crise de abastecimento, disse o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, em entrevista durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos.

Para ler mais, veja em: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=149466&id_secao=10

No Blog do Renato: Nos 128 anos da morte de Marx ...

                                           Túmulo de Karl Marx, no cemitério de Highgate, em Londres

Em livro publicado no início deste ano pela editora Little Brown na Inglaterra, sob o título de “Como mudar o mundo” (How to Change de World) o escritor marxista Eric Hobsbawm recupera - logo em seu primeiro capítulo (Marx, Hoje) – um evento chamado Semana Judaica do Livro realizada em 2007, em Londres, duas semanas antes do dia em que se lembra a morte de Karl Marx, em 14 de março. O tal evento ficava bem perto de onde se localiza a área da capital londrina mais associada à vida do fundador do marxismo: o chamado Round Reading Room (a sala de leitura principal) do Museu Britânico, situado na Great Russell St.


Para ler na íntegra veja em: http://renatorabelobr.blogspot.com/2011/03/nos-128-anos-da-morte-de-marx.html

Dia Nacional da Poesia, homenagem à Equipe Papel no Varal e a Ricardo Cabús

Recebi de Ricardo Cabús a mensagem transcrita a seguir. Aqui vai uma homenagem a ele e à Equipe Papel no Varal por todo o trabalho que vêm desenvolvendo em Maceió pela produção e divulgação da poesia.

Hoje é o Dia Nacional da Poesia e - não por coincidência - dia do nascimento de Castro Alves (14/3/1847). Para celebrar, compartilho um trecho de seu poema "O livro e a América".

Saudações poéticas,
Ricardo Cabús e Equipe Papel no Varal.

De Castro Alves

O Livro e a América (trecho)

Ó bendito o que semeia livros,
Livros a mão cheia
E manda o povo pensar

O livro, caindo n'alma
É gérmen que faz a palma
É chuva que faz o mar

Vós, que o tempo das idéias
Largo, abris as multidões
Para o batismo luminoso das grandes revoluções

Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse “rei dos ventos”
- Ginete dos pensamentos,
- Arauto da grande luz!...

sábado, 12 de março de 2011

Falso brilhante

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


Para nós, exige muita reflexão a singularidade da realidade brasileira em um mundo conturbado, cheio de conflitos através de agressões militares e dos interesses imperiais lançando-se sobre as nações em um cenário de descolonização inconclusa, como é o caso atual dos países árabes além de várias outras regiões mundo afora.

Um País de dimensões continentais habitado por um povo com características antropológicas excepcionais, avesso por formação endógena a manifestações sectárias, celebrante de ritos como o carnaval e amante desse balé para multidões como é o futebol, detentor de incalculáveis manifestações artísticas diversificadas e sincréticas ao mesmo tempo.

E é exatamente esse mesmo Brasil que se vê pelejando sistematicamente contra uma cultura e uma ideologia que não é a sua porque é importada e não lhe acrescenta nada de novo porque é carregada de artificialismos e terceiras intenções em sua própria origem externa.

A tudo isso sempre se justifica porque vivemos na era da globalização e que assim estamos sob o guarda-chuva de uma cultura internacional e mundializada, como se não houvesse o exercício da hegemonia imperial através da mídia oligopolizada e as ideias em trânsito não fossem impostas sem nenhuma sutileza.

É como se houvesse algum exercício de consensualidade ou pelo menos algum tipo saudável de permuta de valores, entre o império e os demais países, minimamente equilibrada. Sob essa falsa premissa ou argumento, o que se exerce mesmo em nossa terra é o pragmatismo mais vulgar.

Não é à toa, portanto, que os grandes esforços teóricos que produziram obras da envergadura de O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro, e vários outros escritos fundamentais à compreensão do nosso processo civilizatório, são despachados sorrateiramente, astuciosamente, para as calendas gregas e assim não causem maiores tumultos.

O que se pretende ou pelo menos se exercita na prática é a adequação do País à semelhança da realidade apartada, fragmentada, belicista e em muitos casos patológica mesmo, da formação social do império do norte e suas variantes disseminadas pela Europa especialmente a anglófila.

Com o multiculturalismo como ideologia hegemônica da grande mídia global e nacional, por interesses de dominação, de mercado, gerando-se até determinadas políticas de Estado, tenta-se construir de maneira artificial, assim como um falso brilhante, através da promoção forçada de uma crise de identidade antropológica, um esquizóide Estados Unidos dos Trópicos.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

                                            Cartaz alemão para o 8 de Março de 1914
Em 1911 aconteceu a primeira celebração do Dia da Mulher, proposta da marxista alemã Clara Zetkin na Conferência Internacional da Mulher Socialista (Dinamarca, 1910). Calcula-se 1 milhão de participantes. Anos depois, a data se fixa: 8 de março.

Brasil, sétima maior economia do mundo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou no último dia 03/03 que o PIB brasileiro cresceu 7,5% em 2010, levando o Brasil ao patamar de sétima maior economia mundial (ultrapassando, pelo critério do poder de compra da moeda, a França e a Inglaterra), notícia que convida à reflexão sobre seu significado.



Para ler mais, veja em:

http://www.vermelho.org.br/editorial.php?id_editorial=876&id_secao=16

sexta-feira, 4 de março de 2011

Um salto para o turbilhão

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:

Uma sucessão de acontecimentos extraordinários vem se espalhando mundo afora nesses últimos meses, mas que representam simplesmente a ponta do iceberg de um conjunto de fenômenos que vem abalando o sistema capitalista em todo o planeta.

Se olharmos em retrospectiva há elemento deflagrador, como se fosse um estopim, que é a crise financeira global oriunda da orgia especulativa dos bancos de investimentos norte-americanos, culminando com a recessão não só nos EUA, na Europa, mas levando de roldão toda a economia mundial.

Ela não atingiu em cheio o Brasil e os grandes países em desenvolvimento como a China, Índia, Rússia, por razões especiais muito próprias dessas economias e em decorrência de algumas políticas eficazes na área bancária que impediu, em um primeiro momento, a contaminação generalizada por essa crise. Mas não convém, daqui para frente, dormir em cima dos louros.

No entanto os efeitos desse furacão se fazem sentir na debacle econômica das nações européias envoltas em fortes cortes de benefícios sociais e draconianos ajustes fiscais, levando a classe trabalhadora, classe média, aposentados em geral, a perderem históricos direitos trabalhistas e sociais conquistados com muita luta depois da segunda guerra mundial.

Quanto aos EUA não é preciso detalhar o tamanho do desastre porque eles são muito divulgados pela grande mídia em geral, notadamente os seus efeitos sociais como o desemprego em massa, a perda pelos cidadãos de suas casas hipotecadas em uma economia mergulhada em generalizada e profunda recessão.

Os episódios que estão sacudindo o mundo árabe e países da África não são em absoluto dissociados desse quadro de derrocada da economia internacional, mas é que por lá se reproduz de maneira correspondente com as suas realidades. Na verdade tudo faz parte de um só contexto.

Chama a atenção um estudo divulgado muito recentemente pelo Laboratório Europeu de Antecipação Política (LEAP). Nele o referido instituto alerta para os sombrios prognósticos sobre os desdobramentos dessa crise sistêmica do capital que ora vivenciamos, considerando que “desde 2008 o mundo apenas tem recuado para tomar impulso para um salto para dentro do turbilhão”.

E aponta três tendências desagregadoras em curso. A primeira é que há um sistema internacional exausto. A segunda é a impotência dos principais atores geopolíticos globais, EUA, União Européia, etc. A terceira é que muitas nações estão à beira de uma ruptura socioeconômica. E é isso mesmo.

A visão dos portugueses sobre a crise

Artigo publicado no Avante, enviado por Sérgio Barroso:


Ventos de guerra

As revoltas no mundo árabe reflectem, e por sua vez agravam, a grande crise do capitalismo global. Um dos pilares do imperialismo norte-americano – o seu controlo dos recursos energéticos do Médio Oriente – está a ser abalado em profundidade. O imperialismo investe todo o seu arsenal para travar os acontecimentos, ou canalizá-los em direcções «aceitáveis». E procura retomar a iniciativa.

É também nesta óptica que se deve analisar a acção do imperialismo relativamente à Líbia. As reacções oficiais e mediáticas são claramente diferentes das registadas nos casos da Tunísia ou Egipto. Não há análises cautelosas sobre «transições ordeiras». Não há a «ameaça do fundamentalismo islâmico». Entrou em cena a máquina de propaganda e desinformação que antecede as intervenções políticas e militares imperialistas. Numa só semana revivemos as patranhas dos «3 mil mortos em Timisoara», dos «bebés arrancados das incubadores no Kuwait pelos soldados de Saddam», do «genocídio dos albano-kosovares», das «armas de destruição em massa». O MNE inglês entrou nos anais da diplomacia (e da provocação) declarando ter informações de que Kadafi estava a caminho da Venezuela. O imperialismo, responsável por centenas de milhares de mortos só nas guerras dos últimos anos, derrama lágrimas de crocodilo pelos mortos da repressão do regime líbio, para abrir caminho a um novo crime.

Longe vai o tempo em que o regime líbio se caracterizava pelo anti-imperialismo. Há anos que predomina a colaboração económica, mas também política e entre serviços secretos, com as potências imperialistas. Hoje Kadafi colecciona inimigos entre as forças progressistas do mundo árabe e Médio Oriente. Mas a sua colaboração com o imperialismo não impede que este o sacrifique. A intervenção imperialista – já em curso – não resulta apenas dos enormes recursos energéticos da Líbia, que detém as maiores reservas petrolíferas em África. São também a tentativa do imperialismo retomar a iniciativa, instalando-se militarmente num país que faz fronteira com o Egipto e a Tunísia, lançando um aviso a outros levantamentos populares em curso no mundo árabe (do Iémene ao Bahrain, sede da V Esquadra Naval dos EUA), aliviando a pressão sobre os seus aliados em perigo (daí o entusiasmo da Al Jazeera e da Al Arabiya pela Líbia), a começar pela Arábia Saudita, uma das mais bárbaras ditaduras pró-EUA e peça central da dominação imperialista da região, centro promotor do fundamentalismo mais retrógrado e reaccionário, mas sempre poupada pelos «comentadores» de serviço. E, quem sabe, encontrar finalmente uma sede em África para o AFRICOM... A comunicação social fez grande alarido da viagem do primeiro-ministro inglês ao Cairo, «a primeira após a queda de Mubarak». Mas foi um acerto de última hora numa viagem «a estados do Golfo não democráticos, acompanhado de oito dos principais produtores de armas britânicos». Em simultâneo, «o Ministro da Defesa britânico está na maior feira de armamentos da região, no Abu Dhabi, onde 93 outras empresas britânicas promovem os seus produtos» (Guardian, 21.2.11). Os lucros de mão dada com o apoio aos seus serventuários.

É sinal dos tempos que o principal comentador político do jornal conservador inglês Daily Telegraph escreva (24.2.11): «Os impérios podem colapsar no decurso duma geração […] Hoje, é razoável perguntar se os Estados Unidos, aparentemente invencíveis há uma década, não seguirão essa trajectória. A América sofreu dois golpes profundos nos últimos três anos. O primeiro foi a crise financeira de 2008, cujas consequências ainda não se fizeram realmente sentir [!]. […] agora parece que 2011 irá assinalar a queda de muitos dos regimes ao serviço da América no mundo árabe. É pouco provável que os acontecimentos venham a seguir o rumo asseado que a Casa Branca gostaria de ver. […] A grande questão está em saber se a América irá aceitar a redução do seu estatuto com graciosidade, ou se irá responder com violência, c omo os impérios em apuros têm tendência histórica a fazer». Os acontecimentos destes dias estão a dar resposta à interrogação. Cabe aos povos impedir que o imperialismo norte-americano e europeu, no seu declínio historicamente inevitável, afundem a Humanidade na catástrofe.

Edição nº 1944

http://www.avante.pt/  - Jornal «Avante!»

Agradecimento

Agradecemos aqui a gentil mensagem recebida de nosso camarada Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização do PCdoB:

Transmita ao blog, publicamente, que o acompanho regularmente e constato a qualidade do pensamento político e ativismo do nosso querido Bomfim. O blog é um instrumento de luta de ideias muito útil para nós. Abração e mais êxitos.

Walter Sorrentino

quinta-feira, 3 de março de 2011

Servidores públicos estaduais percorrem ruas em protesto por reajuste salarial

Publicado na Gazetaweb:


Com faixas e cartazes, centenas de servidores públicos estaduais de diferentes categorias percorreram, na manhã desta quarta-feira (02/03), ruas do centro de Maceió, como forma de reivindicação por reajustes salariais e melhores condições de trabalho.

Os manifestantes se concentraram na Praia da Avenida, nas imediações do Clube Fênix Alagoano, e partiram em direção ao Palácio República dos Palmares, sede do governo, onde pretendiam chamar a atenção do governador Teotonio Vilela Filho.

O protesto acompanhado por representantes da Educação, Saúde e Segurança Pública, ocorre no dia do lançamento da campanha salarial dos servidores públicos, que alegam não ter reajuste salarial há quatro anos e que estudam a possibilidade de greve.

O Império e a questão da Líbia


Os povos da Tunísia e do Egito derrubaram duas cruéis ditaduras apoiadas política, econômica e militarmente pelas potências imperialistas dos EUA e da União Europeia. Fizeram-no através de movimentos insurrecionais maciços, com marcada tendência revolucionária democrática e anti-imperialista. Na Líbia, o anseio por democracia está sendo atropelado pela guerra civil e a ameaça de agressão externa.

Para ler na íntegra o artigo de José Reinaldo Carvalho publicado no Vermelho, veja em:

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=148801&id_secao=9

Dois navios anfíbios de guerra dos EUA chegaram na última quarta-feira (02/03) ao Mar Mediterrâneo, rumo ao litoral da Líbia, para uma possível intervenção no país, disse uma autoridade americana.